É como se em um piscar de olhos você volta-se à séculos passados
Próximo de Sintra e de Lisboa, o Palácio Nacional de Queluz e os seus jardins históricos constituem um dos exemplos mais notáveis da ligação harmoniosa entre paisagem e arquitetura palaciana em Portugal. Ilustram os ambientes e vivências da Família Real e da corte portuguesa na segunda metade do século XVIII e início do XIX, ao mesmo tempo que apresentam a evolução do gosto neste período marcado pelo barroco, o rococó e o neoclassicismo, remetendo para momentos de grande relevância histórica, na transição do Antigo Regime para o Liberalismo.
Inicialmente concebido como residência de verão, torna-se espaço privilegiado de lazer e entretenimento da família real, que o habita em permanência de 1794 até à partida para o Brasil, em 1807, aquando das invasões francesas.
Com a partida precipitada da Família Real para o Brasil em 1807, um dia antes da entrada das tropas napoleónicas em Lisboa sob o comando do general Junot, encerra-se o período de maior vivência do Palácio. Com a Família Real parte também grande parte da nobreza, saindo de Portugal muitos tesouros do património nacional, incluindo o recheio do Palácio.
Em dezembro de 1807, o próprio Junot visita o Palácio com o intuito de nele proceder a algumas modificações, tendo chegado a alimentar o sonho de aqui vir a instalar Napoleão Bonaparte.
D. João VI e a Corte regressaram a Portugal em 1821, mas Queluz só volta a ser habitado, em regime de semiexílio, pela rainha D. Carlota Joaquina acompanhada pela cunhada infanta D. Maria Francisca Benedita (1746-1829), a “princesa-viúva”, a cujo nome ficou ligada uma ala de aposentos. Também D. Miguel (1802-1866) habita o Palácio de Queluz, enquanto rei e durante o período sangrento das guerras fratricidas que o opuseram a D. Pedro IV (1798-1834), primeiro Imperador do Brasil e primeiro monarca constitucional português que, logo após a vitória liberal, aqui morre precocemente vítima de tuberculose, no mesmo quarto – o chamado Quarto D. Quixote – onde havia nascido 36 anos antes.
O Palácio Nacional de Queluz foi classificado como Monumento Nacional em 1910 e integra-se na Rede de Residências Reais Europeias desde 2013.
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CREDITOS:
Produtor Executivo / Diretor / Fotografo : Adriano Coelho Carvalhais
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